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Na  manha desta terça-feira (29/01), moradores do distrito de  Brejinho das Ametistas interditaram a estrada que liga Caetité a localidade. O protesto foi uma tentativa de chamar a atenção das empresas dos empreendimentos eólicos e de mineração que atuam em Caetité há certo tempo. A pista foi interditada com a queima de pneus e colocação de cavaletes que impediram à passagem dos operários das empresas que seguia viagem com destino a área de implantação de torres eólicas. Homens, mulheres e crianças seguraram cartazes com frases que expressaram a vontade popular.

Geração de empregos e melhoria na  qualidade da estrada são as reivindicação  principais dos protestantes. Segundo os moradores, 26 acidentes já aconteceram após o serviço executado na estrada, sendo a causa a grande quantidade de brita jogada na pista. A obra foi autorização pelo DERBA, sendo executada pela empresa responsável para implantação de um dos parques eólicos na região. A via é utilizada para descolamento do maquinário necessário para o empreendimento de implantação do parque, sendo o fluxo de carro bastante intenso. Ainda segundo os moradores, mais de 400 trabalhadores trabalham na região, sendo que apenas 01 pessoa foi contratada do Distrito de Brejinho das Ametistas.

“ É um absurdo o que eles estão fazendo, a estrada se tornou um perigo para nós. Essa brita aqui acaba com nosso carros e traz riscos a nós, 26 acidentes já aconteceram aqui... Emprego é só pra  eles, em Brejinho não tem ninguém contratado” Exclamou o morador Solon de Brejinho das Ametistas.  

A Polícia Militar chegou ao local por volta das 9:00h, sendo comandada pelo Capitão Pedro Paulo.  Representantes do movimento conversaram com a autoridade policial, que garantiu a chamada de representantes das empresas e do poder público municipal para um diálogo.

Por volta das 11:00h os representantes do movimento foram chamados no Auditório Municipal onde aconteceu uma audiência que contou com a presença de funcionários da empresa Bahia Mineração, empresa Iberbrola, empresa Mercurius e Prefeitura Municipal. Ao longo do embate, diversas reivindicações foram apresentadas. Segundo Moana,  representante da Bahia Mineração, o projeto Mina de Talentos, só foi parado devido a não liberação do decreto de lavra. Decreto esse, essencial para implantação da exploração do minério em sua plenitude. Não seria viável treinar esse pessoal e logo depois não contratá-los. A  empresa garantiu que assim que houver a liberação da lavra, o programa será retomado, sendo que a exploração do minério prevê a contratação de 5000 mil pessoas. Ainda segundo a representante, existe uma condicionante entre Prefeitura e empresa que obriga a mesma, contratar 70% da mão de obra local na plenitude da exploração. 

O representante da empresa Mercurius, foi bastante categórico quando respondeu a pergunta de quantas pessoas foram contratadas no município. Segundo  Eduardo, engenheiro da empresa Mercurius, ele não sabe qual o critério utilizado pela empresa nas contratações, nem o número de pessoas empregadas em Caetité. O mesmo ainda informou que o projeto de melhoria da estrada foi autorizado pelo DERBA e qualquer alteração de projeto deve ser informada ao órgão responsável. O serviço é executado de acordo o contratado.

Rafael Igo, representante da empresa Iberbrola garantiu que até segunda-feira (04/02) emitirá um parecer sobre a situação e quais os meios legais para melhoria na estrada.

Aldo Gondim, Secretario de Adm. e Finanças, representou o prefeito José Barreira, exclamando que o poder público municipal, juntamente com os vereadores, vem cobrando das empresas a contratação da mão de obra local, citou a condicionante dos 70 %, a dificuldade das empresas na liberação das obras e afirmou a legitimidade do movimento,  colocando-se  a disposição para intermediar o diálogo entre empresa, população de Brejinho das Ametistas  e Prefeitura Municipal. 

Ao final das discussões, alguns compromissos foram assumidos, podendo ser citado a  criação de uma comissão para viabilizar o asfaltamento da pista que liga Caetité a Brejinho das Ametistas. Foi lavrado um documento onde todas as partes envolvidas assumiram suas responsabilidades discutidas e acertadas.    

Logo após, a estrada foi liberada pelos manifestantes que aguardam as respostas e melhorias por parte das empresas.