• Wagner nega pressão sobre candidatura de Otto Alencar ao governo em 2014

    20/12/2012 - 00:00


    POLÍTICA

    Sem meias palavras, o governador Jaques Wagner negou que haja qualquer tipo de ingerência da direção nacional do PSD para articular uma candidatura própria da sigla na sucessão do governo da Bahia em 2014.

    Segundo disse ontem, durante jantar com a imprensa no Palácio Rio Branco, o prefeito de São Paulo e presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, esteve com ele na semana passada e não mencionou intenção de lançar a candidatura do vice-governador Otto Alencar, dirigente estadual da legenda, como candidato ao Palácio de Ondina.

    Para argumentar que o relacionamento com o partido criado por Kassab é muito próximo, Wagner citou o empenho dele em apoiar a criação de uma nova sigla para evitar os entraves da legislação com a fidelidade partidária. “Nós ajudamos o PSD e o PSD baiano é o maior PSD do Brasil. Confesso que estive com Kassab este fim de semana e ele não falou nada sobre o assunto. Não há impedimento ou obstrução, mas é óbvio que eu defendo a legitimidade do PT por ser o maior partido da base e porque tem nomes”, afirmou o governador. O chefe do Executivo baiano fez questão de frisar que não existe restrição sobre nomes dentro ou fora do PT.

    “Não tem ninguém na frente. Esse processo não adianta ninguém parir o nome e dizer que vai ser esse. Tem que ser um nome que galvaniza com o partido, com a base e com a sociedade. A minha opinião pesa, mas não tem ninguém certo. É claro que se o PT estiver num processo de desgaste muito grande, vamos pensar em outros nomes”, adiantou Wagner.

    Entre os nomes citados pelo governador, figuram o secretário da Casa Civil, Rui Costa, o senador Walter Pinheiro, e o secretário do Planejamento, José Sérgio Gabrielli, todos do PT, mas também relacionou a senadora Lídice da Mata (PSB), o vice-governador Otto Alencar (PSD), o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Nilo (PDT), e o deputado federal Mário Negromonte (PP). Ficou de fora o prefeito de Camaçari, Luiz Caetano (PT), que se apresenta como pré-candidato, mas foi esquecido por Wagner.

    Durante o jantar, o governador ratificou, em mais de uma oportunidade, a necessidade de melhorar o sistema de fiscalização dos processos de Execução de obras e concessões de licenças, frente ao engessamento e a judicialização de projetos. Para Wagner, é necessário reformar o funcionamento de estruturas jurídicas para evitar a insegurança jurídica. “A gente deveria ser muito mais simples no ato de licitar e muito mais preocupados com o ato de fiscalizar. Nós temos um arcabouço jurídico muito ruim. É necessário ter mais celeridade na Justiça”, criticou. “Ou a gente faz uma reforma tributária ou qualquer empresa que se instalar aqui pode tomar uma multa”.

    Outro assunto recorrente no encontro foi o veto da presidente Dilma Rousseff ao projeto de lei que redistribui os royalties do petróleo. Comparando números da Bahia e do Rio de Janeiro, o governador criticou a falta de mobilização social – e da imprensa – na defesa dos interesses do estado sobre a questão dos royalties. “Errados estamos nós, porque não fazemos campanhas pelos royalties. Há uma discrepância muito grande, mas a imprensa do Sudeste encampou a defesa do veto".  

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