• Após fim da greve, secretaria anuncia que calendário escolar vai até fevereiro de 2013

    04/08/2012 - 00:00


    EDUCAÇÃO

    Após 115 dias, marcados por constantes impasses, a greve dos professores da rede pública de ensino foi encerrada. Agora, o governo do Estado e a categoria precisam chegar a um consenso para reverter os prejuízos causados aos cerca de 1,1 milhão de alunos que perderam 72 dias letivos.

    Em nota divulgada na sexta-feira, 3, a Secretaria de Educação do Estado da Bahia (SEC), informou que o cumprimento dos  200 dias letivos exigidos pela Lei de Diretrizes e Bases será feito por meio de uma  programação que inclui aulas  até o fim de fevereiro e atividades aos sábados.

    Ainda na nota, a  Secretaria orienta  todos os diretores das escolas que estão retornando às aulas que iniciem, juntamente com os professores e com  o colegiado escolar, a imediata elaboração do calendário de reposição de aulas do ano letivo de 2012. A expectativa é que já na próxima segunda-feira (6), 100% das escolas estaduais já estejam em funcionamento.

    O replanejamento do ano letivo de 2012 será elaborado, primeiramente, dentro das escolas. Em seguida, será encaminhado aos colegiados escolares e, posteriormente, passará pela avaliação da Diretorias Regionais e pela SEC. É o que explica a diretora de educação Ana Lúcia Gomes da Silva: “Vamos incluir atividades de mobilização dos alunos e fazer com que esse retorno seja produtivo”, disse. A diretora confirma, ainda a continuidade dos aulões do Enem: “Os aulões continuam  na programação e já estão com inscrições abertas”.

    Para o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), Rui Oliveira, a categoria está disposta a repôr as aulas desde que o governo devolva imediatamente os salários cortados durante os dias de greve. “Ao votar a favor da suspensão da greve, a categoria assumiu o compromisso com as reposições. Não estamos dispostos a prejudicar os alunos. Esse não é o objetivo da nossa luta”.

    A respeito do pagamento dos salários, as  secretarias de Educação e Administração garantem que vão elaborar uma folha de pagamento extra após o plano de reposição ser aprovado. “Aprovado o plano de reposição, os salários serão pagos”, assegurou o secretário de Educação Osvaldo Barreto, em nota à imprensa.

    Rejeição -  A decisão de suspender a greve partiu em assembleia realizada na manhã de sexta, no pátio do Colégio Estadual da Bahia – Central. Na ocasião, os professores presentes vaiaram  a proposta enviada pelo governo na última quinta-feira, em que  concorda com as solicitações apresentadas pela categoria – readmitir os professores demitidos, devolver o pagamento cortado dos grevistas,  repassar as  contribuições sindicais e retirar os processos judiciais –, no entanto, não acata o reajuste pedido pelos docentes.

    Os professores rejeitaram a proposta do governo e garantiram que o movimento vai continuar até que todas as solicitações sejam atendidas. “O fim da greve não representa um enfraquecimento do sindicato, muito menos da  categoria. Mostramos força e estamos saindo vitoriosos”, avaliou Rui Oliveira.

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