• Bahia vacila, perde para o Flamengo e segue na zona

    15/07/2012 - 00:00


    ESPORTE

    O drama da torcida tricolor na Série A do Campeonato Brasileiro continua: mais uma vez diante de um Bahia capaz apenas de correr desordenado em campo, quem marcou presença nas arquibancadas de Pituaçu na tarde deste domingo, 15, assistiu aflito o seu time - apesar de com um jogador a mais na maior parte do tempo - perder por 2 a 1 para o Flamengo e permanecer na zona de rebaixamento.

    Com a derrota, o Esquadrão segue com sete pontos ganhos na tabela de classificação e, então na 18ª posição, continua à frente apenas do Palmeiras, 19º, e do Atlético-GO, lanterna da competição. Com o triunfo, o time carioca saltou para 15 pontos e chegou à nona colocação.

    Comandado pelo ex-técnico do Bahia, Joel Santana, o time da Gávea começou tímido no jogo, mas, através do atacante Hernane, aproveitou vacilo do zagueiro Titi e abriu o placar aos 30 minutos. Sete minutos depois, improvisado mais uma vez na lateral-esquerda, Hélder lançou primorosamente o garoto Gabriel, que entrou na área e rolou para Kléberson marcar. Aos 43 minutos, Luiz Antônio recebeu o segundo cartão amarelo e obrigou o Flamengo a disputar o segundo tempo com um a menos.

    Mas, castigado também pela aposta de Falcão em ter deixado Vander no Banco e ter voltado para o jogo com Jones Carioca em lugar de Fahel, o Bahia não conseguiu converter em gols as muitas chances que criou na segunda etapa e acabou punido pelo segundo gol flamenguista, de autoria do meia Renato Abreu, após pênalti duvidoso marcado pelo árbitro Francisco Carlos Nascimento. Para completar o drama, Vander chegou a fazer a torcida vibrar, aos 48, mas estava impedido e teve o tento anulado.

    Sem o volante Fahel, que recebeu o terceiro cartão amarelo e está suspenso, o Bahia joga às 21h da próxima quinta-feira, 19, contra o Fluminense, no Engenhão; o Flamengo joga um dia antes, às 21h50, contra o Corinthians, também no Engenhão.

    Início embolado - Não fossem os gols que garantiram o placar de 1 a 1, as torcidas do Bahia e do Flamengo teriam muitos motivos para reclamar do futebol apresentado pelas duas equipes no primeiro tempo de jogo em Pituaçu. É que, apesar do corre-corre em excesso dos dois lados, os erros de passes nos momentos decisivos levaram o tricolor baiano e o rubro-negro carioca a se anularem em campo.

    O Esquadrão, impulsionado pelas escapadas de Kléberson pela direita e de Gabriel pela esquerda, até começou em cima do time adversário. Mas pecou na hora de definir as jogadas e sofreu o primeiro golpe aos 30 minutos: numa das poucas vezes em que não se omitiu quando exigido para evitar o perigo com um cabeceio defensivo, Titi cortou mal um cruzamento de Renato Abreu e a bola sobrou para Hernane, que, posicionado na entrada da área tricolor, dominou no peito e mandou uma bomba no canto esquerdo de Marcelo Lomba para assinalar 1 a 0.

    Aí, com o gol sofrido, o Bahia cambaleou e, em tendo por alguns minutos se conformado a ver o Flamengo tocar a bola, pareceu permitir ao jogo um encaminhamento rumo a um desfecho todo favorável ao Urubu. Aos 37 minutos, no entanto, o desta vez aceso Hélder acertou um grande lançamento pelo lado esquerdo e serviu em velocidade Gabriel, que tocou rasteiro para o meio da área, onde a bola encontrou o - naquele instante - esperto Kléberson e depois se embolou com as redes. 1 a 1.

    No lance do gol, Gabriel se chocou contra uma das placas de publicidade, se machucou no rosto e deu um susto na galera tricolor, mas retornou para o jogo após pronto atendimento médico. O empate seguiu sem sofrer ameaças de mudança; aos 43, Luiz Antônio parou com falta o contra-ataque do Bahia, recebeu o segundo cartão amarelo, acabou expulso e deixou mais propício o clima para uma provável virada tricolor na segunda etapa.

    Mais do mesmo - Entende-se que, na "lei" do futebol, o volante Fahel, único tricolor que havia sido punido no primeiro tempo com um cartão amarelo, seria uma presa fácil para uma eventual compensação por parte de Francisco Carlos Nascimento, uma vez que o Flamengo já atuava com um jogador a menos. Daí se concluir ter sido acertada a retirada do camisa 7; o problema, no entanto, foi a escolha do substituto: com o Flamengo retrancado, o limitado Jones Carioca, bem como já era previsto, passou todo o segundo tempo sem função, perdido entre o meio campo e a zona da grande área carioca, enquanto Vander seguia no banco.

    Apesar da mudança contestável, o time de Falcão esteve muito perto de virar o placar: aos oito minutos, Mancini pegou sobra e mandou uma bomba por cima; um minuto depois, Kléberson, da intermediária, bateu rasteiro no canto, mas o goleiro pegou; aos 14, Mancini deu um foguete de esquerda, mas deu Paulo Victor mais uma vez; entre o 22º e o 23º minutos, no melhor momento do Bahia no jogo, o Flamengo sofreu uma blitz e somente escapou de sofrer o desconforto de ir buscar a bola nas redes porque Renato Abreu a desviou para fora após um mini-voleio de Kléberson.

    Aos 26 minutos, o pênalti que Renato Abreu converteu com precisão e com o qual decretou o placar final deixou os donos da casa na bronca, pois, sem ser contundente na intervenção, Fabinho apenas se enroscara com Ibson na área e, juntamente com a torcida tricolor, se surpreendeera com a decisão do árbitro de colocar a bola na marca central da grande área.

    Daí em diante, reinou a mesma correria estéril do Bahia e o time de Joel Santana, retrancado, manteve distante a bola da meta de Paulo Victor. E talvez o gol invalidado que Vander, impedido, chegou a comemorar no êxtase dos 48 minutos tenha sido um sinal de que as críticas que agora pululam mais frequentemente contra a falta de laterais de origem, contra as escolhas de Paulo Roberto Falcão e contra a má administração de Marcelo Guimarães Filho e de Paulo Angioni mereçam ser levadas em conta.

    Bahia 1x2 Flamengo - 9ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro.

    Local: Estádio Metropolitano de Pituaçu.
    Data: Domingo, 15 de julho.
    Horário: 16h.

    Árbitro: Francisco Carlos Nascimento (Fifa-AL)
    Assistentes: Fabiano da Silva Ramires (Asp. Fifa-AL) e Otávio Correia de Araújo Neto (CBF-AL).

    Gols: Kléberson (aos 37 minutos do primeiro tempo) para o Bahia; Hernane e Renato Abreu (aos 30 minutos do primeiro tempo e aos 26 do segundo, respectivamente) para o Flamengo.

    Público: 29.206 pagantes.
    Renda: R$ 714.540,00.

    Cartões amarelos: Fahel, Mancini e Júnior (Bahia); Renato Abreu (Flamengo).

    Cartão vermelho: Luiz Antônio (Flamengo).

    Bahia: Marcelo Lomba; Fabinho (Vander), Danny Morais, Titi e Hélder; Diones (Júnior), Fahel (Jones Carioca), Mancini e Kléberson; Gabriel e Souza. Técnico: Paulo Roberto Falcão.

    Flamengo: Paulo Victor; Luiz Antônio, Marllon, Arthur Sanches e Ramon (Magal); Airton, Ibson, Adryan (Diego Maurício) e Renato Abreu; Hernane e Deivid (Negueba). Técnico: Joel Santana.


    A Tarde

MAIS NOTÍCIAS