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  • Como economizar nas finanças do seu negócio

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    23/12/2020 - 15:15


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    - Criar uma empresa e gerenciar um negócio são duas coisas instáveis e imprevisíveis, pois é o resultado de uma conjuntura de fatores que muitas vezes podem não estar ao alcance do empreendedor. Porém, para que uma empresa tenha maiores chances de sucesso, é importante que ela tenha um modelo de gestão bem elaborado com planejamento e invista em soluções para cortes de gastos desnecessários. O empreendedor precisa saber planejar as suas finanças, pois o controle é importante para mostrar quais produtos ou serviços que dão mais lucro e quais custam mais do que rendem. Com a grande quantidade de tarefas diárias demandadas pelos empresários, é essencial que estejam abertos às ferramentas digitais e aplicativos como um suporte para organização das finanças. Hoje em dia existem vários aplicativos e plataformas no mercado voltados para a área de gestão de negócios e empreendedorismo. Alguns outros apps voltados para esquematização e agendas também são ótimas formas de controlar os gatos e melhorar a gestão do capital da empresa, além de facilitar a visualização de gastos que poderiam ser economizados. Um bom controle de caixa pode ser o grande diferencial de um negócio de sucesso, ou de fracasso. Normalmente, o maior erro dos negócios que não dão certo é justamente a falta de planejamento, pois as pessoas acabam se equivocando com as finanças das empresas e assim nascem dívidas por meio de investimentos errados. Pensando nisso, trouxemos algumas informações essenciais para que todo empreendedor consiga economizar em gastos desnecessários e em elementos que podem facilmente ser substituídos por opções mais acessíveis.

     

    Foto: Reprodução | Pixabay
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    Invista no Home Office - Uma das alternativas mais viáveis para economia nos negócios é flexibilizar o horário de trabalho no espaço físico da empresa. Além de diminuir os gastos com a equipe, permitir o trabalho dos colaboradores de casa é uma forma de poupar gastos com a estrutura da empresa. O trabalho remoto é uma tendência no mercado que vem crescendo cada vez mais ao decorrer dos anos, pois possibilita às empresas um rendimento muito maior dos colaboradores e consequentemente o aumento da produtividade. Isso porque a produtividade está diretamente ligada ao bem estar do funcionário e fatores externos como o ambiente de trabalho. Poder trabalhar de sua própria casa é um estímulo a mais para qualquer pessoa, pois flexibiliza o tempo de trabalho e possibilita maior autonomia para os colaboradores. Além da liberdade dos funcionários, a empresa também sairá lucrando com a contenção de gastos e suporte ao espaço físico. Hoje em dia, com os serviços de gestão de projetos e aplicativos de produtividade, é muito mais fácil gerenciar um trabalho remoto. Com uma plataforma bem estruturada de workplace e um bom planejamento de trabalho, a empresa e os colaboradores saem lucrando proporcionalmente. O empreendedor economiza nas despesas com a estrutura física reduzida e o funcionário ganha maior liberdade para investir na qualidade de vida, além de reduzir gastos com deslocamento para o trabalho. Terceirize os serviços não essenciais - Muitas empresas gastam grande parte do orçamento com serviços e produtos que poderiam ser facilmente substituídos ou terceirizados. Um exemplo disso é a grande distribuição de setores que geram um gasto mensal significativo para as empresas, como setores de limpeza, segurança, manutenção, entre outros. A terceirização é um tema que vem sendo adotado por várias empresas hoje em dia e garante uma redução de custos significativa, principalmente para as pequenas empresas. Terceirizar alguns serviços pode gerar redução de gastos com estruturas, máquinas, produtos, além de economizar com a rotatividade de funcionários, faltas e substituição nas férias. Contratar serviços de terceiros também promove uma otimização do tempo do empreendedor, visto que diminui a preocupação com equipes específicas e as condições de trabalho. Além disso, sobra mais tempo para se dedicar a assuntos e segmentos da área de atuação da empresa, garantindo melhores resultados. Outro fator relevante é a qualidade dos serviços terceirizados, pois a maioria das empresas que fornece serviços específicos possuem uma equipe mais especializada em determinado nicho e sempre estão em busca de novas tendências no mercado. Investir no trabalho dos profissionais freelancers também é uma ótima alternativa para terceirizar alguns serviços e até mesmo obter melhores resultados em menor tempo.

    Foto: Reprodução | Pixabay
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    Garanta o domínio do seu site - Garantir a exclusividade do nome da empresa nas mídias digitais é quase tão importante que a qualidade do serviço ou produto oferecido. Ter um domínio registrado e um site oficial da sua marca te garante uma economia de gastos futuros, pois evita que outras empresas registrem o mesmo domínio em sites na internet. Para comprar um domínio já existente de terceiros na internet pode ser um investimento muito mais caro que o habitual, por isso procure registrar o domínio de seu negócio o quanto antes e evite transtornos futuros. Isso é muito importante para criar um canal próprio como um site o blog, tendo em vista o grande aumento do uso de alternativas digitais por parte dos clientes e consumidores. Para os pequenos negócios que possuem orçamento ainda mais limitado, algumas empresas disponibilizam pacotes de web host com domínio grátis, o que é uma ótima alternativa para economizar ainda mais nas finanças quando o assunto é estratégia de marketing. Motive os colaboradores - Investir no reconhecimento dos colaboradores e na área da psicologia organizacional pode ser uma ótima alternativa de evitar gastos posteriores. Isso porque trabalhadores mais motivados e com qualidade de vida rendem muito mais e fazem menos horas extras, o que reflete diretamente no lucro mensal da empresa.Além disso, o turnover não é nada bom para a reputação e imagem de uma empresa. Além disso, os gastos com demissões, contratações e treinamentos também podem ser um grande ralo de custos desnecessários.

    Foto: Reprodução | Pixabay
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    Invista em Marketing Digital - O marketing digital veio para revolucionar a área do marketing tradicional e fazer tudo isso de forma muito mais acessível e dinâmica para todos. Utilizar as ferramentas digitais e as redes sociais como forma de impulsionar os negócios é hoje um dos grandes segredos para o sucesso dos negócios. A quantidade de plataformas grátis no mercado é imensa e o número de alcance das redes sociais é maior ainda. Para os pequenos empreendedores, investir no marketing digital e nas redes sociais como o Instagram e Youtube é uma ótima forma de divulgar seus produtos e serviços de forma gratuita e eficiente. Além de conter gastos com serviços de publicidade tradicionais, as redes sociais possibilitam um engajamento e contato direto com os clientes, criando uma relação de confiança e gerando oportunidades de vendas muito maiores. Conclusão - Essas foram algumas formas de economizar e conter gastos no seu negócio. São dicas simples e que podem ser feitas por microempreendedores como também pelos grandes empresários. Muitos dos gastos feitos pelas empresas no dia a dia poderiam ser diminuídos ou substituídos por alternativas mais acessíveis. Para que isso aconteça é sempre necessário fazer uma análise constante das finanças e um planejamento preciso dos gastos mensais. Você realmente conhece os custos da sua empresa? Estar ciente de todos os gastos é fundamental para saber onde poderá contê-los. O sucesso de uma organização não depende apenas do lucro final da empresa, mas principalmente do quanto ela gasta. Além disso, é importante diferenciar quais são os custos e quais as despesas da empresa, pois as despesas são gastos necessários para que os produtos e serviços continuem com qualidade. Economizar nas finanças é uma forma de estar mais preparado para imprevistos e crises financeiras. Por fim, aproveite as dicas e busque sempre compartilhar essas questões com a equipe, pois os colaboradores também são elementos importantes no processo de controle das finanças e contenção de gastos.

  • Quatro vacinas e muitas dúvidas: a população brasileira ainda não sabe com qual vacina e nem quando vai se vacinar

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    Por Tiago Rego | Sudoeste Bahia

    16/12/2020 - 17:30


    No entanto, mesmo diante de tantas informações acerca das vacinas, na contramão de muitos países que já estão vislumbrando o fim da pandemia, o Brasil ainda não sabe se vive a primeira ou se de fato entrou na segunda onda

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    - Enquanto que alguns países já começaram a vacinar seus cidadãos, no Brasil, a população brasileira não sabe quando vai começar a se vacinar e nem sequer qual a vacina receberá. O Ministério da Saúde, que já teve dois ministros demitidos, gerido pelo militar Eduardo Pazuello, ainda não dispõe de um planejamento convincente em relação a uma logística de imunização. E quando se trata de vacina, atualmente, estão praticamente prontas, a CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, a vacina da Pfizer, dos Estados Unidos em parceria com a empresa alemã Biontech, a vacina de Oxford, do Reino Unido, desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca e, finalmente, a Sputnik V, do Instituto Gamaleya, na Rússia. Cada vacina possui um princípio biológico de atuação e uma forma diferente de ser conservada. Daí, o grande desafio brasileiro, já que o país possui dimensões continentais e, por isso, muitas localidades são de difícil acesso. A vacina da Pfizer, por exemplo, precisa ser armazenada a uma temperatura de -70 º C, pois a atuação imunizante se baseia em molécula de RNA (ácido ribonucleico) e tem eficácia de 95%. Já a vacina russa Sputnik V deve ser conservada a -18 ºC e  utiliza anticorpos como princípio imunizante, e tem eficácia comprovada de 91%. A CoronaVac, pretendida pelo Governo de São Paulo, precisa ser conservada a uma temperatura entre 2 a 8 ° C, e com eficácia de 97%, é uma das mais promissoras. Por último, a vacina de Oxford, a preferida do Governo Federal, se mostrou eficaz em 70% dos testes. Com técnicas biológicas diferentes, com necessidades de conservação diferentes, as quatro vacinas convergem em único ponto: elas precisam de mais de uma dose para para garantia de proteção ao vacinado. No entanto, mesmo diante de tantas informações acerca das vacinas, na contramão de muitos países que já estão vislumbrando o fim da pandemia, o Brasil ainda não sabe se vive a primeira ou se de fato entrou na segunda onda.

  • Eu testei o PIX e aprovei!

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    Por Tiago Rego | Sudoeste Bahia

    19/11/2020 - 12:00


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    - Sempre quando surge um recurso tecnológico novo, gera uma certa insegurança. Esta insegurança tem a ver com o desconhecimento em relação a inovação técnica. No caso do PIX, se trata de uma modalidade de movimentação financeira bem semelhante aos conhecidos TEDs (Transferência Eletrônica Disponível) e DOCs (Documento de Ordem de Crédito), só que uma uma diferença fundamental: a transação financeira é instantânea e pode ser feita 24 horas por dia. Com o PIX, o usuário poder fazer pagamentos diversos, entre transferências, depósitos, entre outros, e o que é melhor: tudo de graça. E de acordo com especialistas, o PIX é o primeiro passo para a digitalização do dinheiro, ou seja, num futuro próximo, não vamos mais utilizar as famigeradas cédulas de papel. Tudo será feito através de moeda digital e online por meio dos celulares do tipo smartphones. No meu caso, ontem (18), eu resolvi testar a novidade. E posso dizer que é tudo muito simples. Em primeiro lugar, deve-se baixar o aplicativo do banco em que se é cliente. Em segundo lugar, deve cadastrar as chamadas “chaves”. As chaves nada mais são do que alternativas aos dados de sua conta, ou seja, o usuário terá a opção de vincular outras informações, como email, número de telefone celular, o CPF ou ainda uma chave aleatória (pode ser uma palavra ou número, código e etc.). Agora vem, a melhor parte: para realizar a movimentação financeira (pagar,  transferir dinheiro ou receber dinheiro) basta usar uma dessas chaves e pronto! O dinheiro cai na conta em no máximo 10 segundos. Realizei o pagamento de um serviço de streaming (transmissão via internet). No site da empresa, fiz a opção de pagar com o PIX. Então, um QR Code foi gerado na tela do meu computador, eu apontei a câmera do celular para ele e o contrato do serviço foi feito na hora. Também transferir uma pequena quantia de uma conta para outra, isso às 23 horas. Em menos de 10 segundos, o dinheiro já estava disponível. Enfim, o serviço é confiável e eficiente. Por tudo isso, como bem disse Albert Einstein: admirável mundo novo!

    Sobre o autor: Tiago Rego é jornalista, aficionado por novidades tecnológicas e estudioso do ramo da tecnologia da informação. Contato: [email protected]

  • O uso de bancos digitais e de outras plataformas online faz crescer a preocupação com a proteção de dados na internet

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    24/09/2020 - 16:00


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    - A segurança na internet é um dos assuntos mais importantes da atualidade. Com a popularização dos smartphones, e o maior uso de ferramentas digitais, o investimento das empresas para garantir a segurança de dados e informações se transformou em algo essencial. Um dos setores que merece maior atenção é do mercado financeiro, que se transformou com as novas tecnologias. Porém, as redes sociais e os jogos online não ficam de fora deste assunto. Nos últimos anos, a chegada dos bancos digitais mudou a forma com que as pessoas utilizam as contas bancárias. Desde as instituições mais novas, como o NuBank ou o Banco Inter, até as mais tradicionais, como o Banco do Brasil ou o Itaú, todas apostaram na digitalização de alguns dos serviços disponíveis por um banco, seja uma transferência ou um pagamento de boleto. Assim, a segurança na internet se transformou em uma preocupação real. Uma pesquisa recente da Federação Brasileira dos Bancos aponta que são investidos cerca de R$ 20 bilhões anualmente em novas tecnologias voltadas para a segurança de dados. As instituições já buscaram diferentes metodologias para garantir a proteção e sigilo do cliente, como o uso de senhas temporárias, tokens e chaves de segurança. A ideia é fazer com que o sistema seja prático e, ao mesmo tempo, seguro. Algo difícil de conseguir. Esse tema é importante também aqui na Bahia. Desde 2015, por exemplo, Salvador conta com centro de segurança de dados da Companhia de Processamento de Dados do Estado da Bahia (Prodeb). O local teve o investimento de R$ 20 milhões, e recebeu uma estrutura capaz de armazenar mais de 700 terabytes de informações das mais diferentes áreas do governo estadual, como Educação, Saúde, Tributos e Finanças. É o centro de dados da região Norte e Nordeste. Redes sociais e jogos: Entretanto, não é apenas o setor financeiro que se preocupa com a segurança online. Em junho de 2020, por exemplo, o Facebook anunciou a chegada do WhatsApp Pay no Brasil. Este é um serviço de pagamentos digitais que se utiliza da rede social como base de todo o processo. Apesar da ideia inovadora, a preocupação com a segurança dessa funcionalidade chamou atenção do Banco Central, que garantiu estar trabalhando pela liberação do serviço, mas com toda a seguridade possível. Outras redes sociais, como o Instagram e o Twitter, também costumam investir neste quesito, principalmente para garantir a segurança de dados dos usuários que se utilizam da plataforma. O mesmo vale para os jogos online, sejam eles de apostas ou de outras categorias. A empresa Kaspersky, que é especialista em segurança online, possui no site oficial algumas dicas para reconhecer quais sites e plataformas de jogo são seguras. Já o portal do Casinos.pt utiliza uma série de parâmetros, principalmente no quesito de privacidade, para selecionar os cassinos online mais seguros para apostar. O portal TechTudo também possui algumas dicas, e indicações, com jogos disponíveis na internet que são totalmente seguros. Até mesmo os consoles de última geração, como o PlayStation e o Nintendo Switch, investem alto quando o assunto é segurança. Essas duas empresas possuem páginas específicas nos sites oficiais explicando quais são as ações e os investimentos que realizam no setor. A Sony, por exemplo, possui um canal oficial que explica e ajuda qualquer pessoa que teve problemas de segurança na conta da PlayStation Network. Empresas especializadas: Com o objetivo de garantir a segurança de todos na internet, algumas empresas gigantes estão realizando ações e investimentos apenas em serviços que garantam a proteção de dados. É o caso, por exemplo, da Dell Technologies. Essa companhia norte-americana é mais famosa por vender computadores e componentes eletrônicos, mas nos últimos anos tem oferecido diversos serviços de segurança de dados, sejam estes físicos ou armazenados em nuvem. Ou seja, o investimento para proteger informações nunca esteve tão alto. Ter segurança na internet é fundamental, seja para utilizar o banco, uma rede social ou algum jogo online. Por isso, todos os investimentos e ações que citamos são importantes para as pessoas. Quem não conhece nada do setor de tecnologia, pode acabar ficando perdido e, ao mesmo tempo, vulnerável. É papel dessas empresas, assim como do governo, garantir a segurança de qualquer pessoa que acesse a internet. Conseguir fazer isso exige cada vez mais investimento e atenção.

  • Coronavírus 7x1 Brasil: das praias lotadas aos paredões de som

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    Por Tiago Rego

    31/08/2020 - 20:00


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    - Há aproximadamente três meses, uma página de humor que eu sigo no Instagram divulgou um meme com a seguinte frase: “será que é só eu que estou de quarentena”, indagava. É exatamente essa sensação que de quem está seguindo rigidamente o distanciamento social. Em domingo desses, eu saí para dar uma volta de carro, daquelas rodadas apenas para ouvir uma música e olhar um pouco a paisagem, afinal, para quem já está há mais de 150 dias confinado, chega um tempo que a coisa começa a ficar estafante. E mesmo sendo descrente em relação ao comportamento do brasileiro, o que eu vi me deixou pasmo. Com o auxílio emergencial no bolso, as pessoas estão se aglomerando em bares lotados e brindando como se tivessem voltados de um longo exílio. O que me levou a fazer a uma série de questionamentos. Será que essas pessoas não têm empatia? Afinal, beber para celebrar o que? E não é só pelo coletivo que reside o meu incômodo, mas é porque o vírus maldito continua a solta na minha cidade e, pelo que eu saiba, a vacina ainda não foi produzida. E para completar, fiquei sabendo também que está rolando umas festas clandestinas em alguns sítios. Estas festas seguem todo um sistema de logística. Primeiro, o organizador te inclui em uma lista de transmissão em aplicativo de mensagem instantânea. Depois, ele te informa dia, hora e local do evento clandestino. E outra, os preços variam entre R$ 200 a R$ 400 (caso haja churrasco). Além do flerte com a morte, o sujeito que for no entretenimento paralelo, terá direito a cerveja ruim e quente, carne de qualidade duvidosa e, claro, a um paredão de som que  provoca um zumbido no ouvido no dia seguinte. Enfim, a combinação perfeita. Algumas são até batizadas de “coronafest”. Outro indício que a pandemia “passou” são os stories do povo no Instagram. Todo mundo rindo e aglomerado em seus rolês corriqueiros. E essa gente posta sem qualquer pudor. É claro que a gente tem que procurar se distrair um pouco, afinal, nem mesmo a pessoa mais equilibrada emocionalmente consegue suportar essa barra que a humanidade vem vivendo. Mas sei lá, acho que essas coisas deveriam ser deixadas offline e sem aglomerar. Porém, Gabriela Pugliesi parece ter feito escola. Mas essa situação não é exclusiva do meu âmbito de convivência, as praias em cidades como Rio de Janeiro, Santos, Florianópolis e outras localidades litorâneas estão repletas de pessoas que, ao que tudo indica, já deram uma banana para a pandemia há muito tempo. É assim mesmo, vamos viver o agora, pois o amanhã pode não chegar. É evidente que estas atitudes se justificam por conta de uma mentalidade imediatista que é típica dos nossos tempos, todavia eu nunca pensei que este expediente se estenderia quando se tratasse de vidas e dores humanas. Mas é como dizem, segue o baile. Até o momento, o coronavírus está dando um 7x1 no Brasil. São poucas as pessoas que irão extrair alguma lição dessa tragédia em que todos nós temos responsabilidade. As pessoas vazias continuarão vazias, as pessoas fúteis seguirão fúteis e assim por diante. Afinal, parafraseando o jornalista Mauro Cezar Pereira: 7 a 1 é pouco para essa gente!

    Tiago Rego é jornalista e escreve crônicas para tornar o cotidiano mais leve.

    Este texto não reflete necessariamente a opinião do Site Sudoeste Bahia.

  • Caetité: um olhar sobre a política contemporânea

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    Por Mauri Oliveira

    20/08/2020 - 11:30


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    - Ontem chegou uma mensagem em meu celular. Trata-se de uma pergunta: “quais posturas espero dos líderes políticos para as eleições deste ano?” Confesso que estava pronto para digitar, “menos promessas irrealizáveis”. No entanto, queria uma resposta mais profunda, tal pergunta exigia mais, e resolvi colocar nesta coluna. A princípio, não diria que espero, em sentido de aguardar algo, e sim em ações coletivas de participação protagonista da população para a edificação da cidadania em sua plenitude. Como diz a canção, “pra não dizer que não falei das flores” de Geraldo Vandré, “quem sabe faz a horanão espera acontecer”. O eleitor precisa ajudar a construir objetividade e transparência na esfera pública. Precisa-se ter capacidade de instrumentalizar espaços de fala, inclusive em entendimento ao artigo quinto da Constituição Federal, o qual dá o direito da liberdade individual e capacidade de autonomia. Persiste em Caetité, o desequilíbrio entre o “Eu” e o “Nós’”. De modo que existem poucas pessoas altruístas que visam o bem-estar coletivo utilizando seu perfil de liderança. A grande maioria se preocupa tanto com seus próprios problemas e vive em um estado de medo e egoísmo. Muito embora, a finalidade do poder é servir uns aos outros e não servir a si mesmo, quando esse último ocorre, há uma ruptura ética e social. Admiro pessoas que se abrem as novas possibilidades. Olhares diferentes sobre a política. Um exemplo é conversar com alguém com percepções diferentes das suas. De forma respeitável, sem radicalizações e optar por diálogos e atitudes humanitárias. Têm-se, a oportunidade de refinar sua capacidade de compreensão, como também, reafirmar suas convicções ou estabelecer critérios para mudá-las. E tá tudo bem. De certo, quanto mais nos doamos, mais recebemos de volta. É surpreendente e, de um valor inestimável, quando colhemos os frutos de um exaustivo tempo de espera. Enquanto não dermos nossas contribuições para Caetité nada de novo surgirá em nossa história, talvez isso doa profundamente e na busca por respostas se depare com novos modelos de gestão. O principal desafio é planejar o poder político, a começar por territórios, os quais as pessoas vivem por meio da mobilização da cidadania. O propósito é que esses reaproximem do poder de escolhas sobre a própria vida, debatam por uma sociedade mais justa e equitativa, retomem a gestão do que é público e bem comum. Não se trata de estratégias de programas partidários, mas de espaços de fala em defesa dos direitos humanos. O ápice da refundação da política com novos fundamentos e inovações como ateliês legislativos, reuniões populares em que se formulam projetos de lei de maneira democrática e com responsabilidade. Nas eleições municipais deste ano tem-se a possiblidade de edificar a cidadania, bem como o poder de decisão sobre a qualidade de vida dos munícipes em seus guetos. O que vai exigir mecanismos efetivos de participação e controle sobre a gestão pública, além de novas regras para o funcionamento político. Percebo essas inquietações em expressividades das inúmeras pessoas engajadas nos projetos sociais de nossa cidade. Pessoas dispostas a fazer o bem, sem esperar algo em troca. Fazem, ao invés de reclamar. Estão dispostos em ver a mudança na prática. Assim, surge outro questionamento: por que acreditar na política do país? Acredite, não há soluções fora dela. Sei que há motivos para descréditos, sobretudo aos inúmeros casos de corrupção. Contudo, não se pode generalizar, ou em protesto, não ir às urnas. O desinteresse só perpetua o exercício dos maus políticos. A apatia os alimenta e confere-lhe poder. O desalento afasta os cidadãos engajados por causa do sistema corrupto. 2020 é o ano de alimentar a esperança, de acreditar na política como força transformadora para os próximos anos que virão. Aonde o futuro vai nos levar? Podemos descobrir juntos nas pequenas ações do cotidiano. Olhemos em nossa volta.

  • Opinião: 100 mil mortes por Covid-19; negacionismo e incompetência

    Foto: Reprodução | Adriano Machado Foto: Reprodução | Adriano Machado
    Por Tiago Rego, jornalista.

    08/08/2020 - 21:21


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    - 08 de agosto de 2020. Este dia ficará marcado na história e na memória de todos os brasileiros que vivenciaram a pandemia por coronavírus. Hoje atingimos a lastimável marca de 100 mil mortes por conta da Covid-19. E sim, as marcas redondas são sempre destacadas, embora que neste caso, de forma negativa. Nem mesmo o mais pessimista de todos, como este jornalista que vos escreve imaginou tamanha tragédia. E meu pessimismo em nada tem a ver com falta de fé ou negativismo. Mas diante da complexidade social do Brasil e da postura do presidente Jair Bolsonaro e seus asseclas, desde o registro do primeiro caso de coronavírus no país, e para qualquer pessoa com a mínima honestidade intelectual, não era preciso ser nenhum especialista para prever o pior. Bolsonaro sempre negou doença e incentivou tanto verbalmente, como com atitudes o não distanciamento social. Caminhadas por Brasília causando  aglomeração, atos populistas em lanchonetes, entradas em farmácias, participação em atos de seus apoiadores, entre outros, serviram como base para a formação de uma narrativa negacionista, sem contar nas milhões de fake news que saem das redes bolsonaristas todos os dias, redes estas, em que muitas já foram desarticuladas pelo Supremo Tribunal Federal. Por conta do negacionismo, o país ficou dividido, quando na verdade, era de Bolsonaro enquanto presidente da República, a responsabilidade de unificar a sociedade brasileira. Mas não, perolas como “é só uma gripezinha”, “eu tenho histórico de atleta” até a trágica e impiedosa declaração “e daí? Eu não sou coveiro”, dentre outras atrocidades, incentivaram a descrença na doença. Para muitos, o vírus não existe e as mortes são manipulação da “mídia comunista”.  Não quero dizer com isso que Bolsonaro é o único responsável por esta marca macabra. Não. Mas o presidente é, sim, o principal responsável. Isso porque foram dois ministros da Saúde demitidos em plena pandemia, e agora um general do Exército Brasileiro, sem qualquer entendimento de questões sanitárias, está à frente do Ministério da Saúde e, para completar a tragédia, a escolha de uma medicação (hidroxicloroquina) propagandeada por Bolsonaro como troféu ou solução divina, sem a menor eficácia contra a Covid-19. Da minha parte, se você está lendo este texto e perdeu alguém da sua família ou próximo em decorrência da Covid-19, fica aqui os minhas sinceras condolências. Dizem que todo país tem o governo que merece, mas não, não merecíamos Jair Messias Bolsonaro. Este texto não reflete a opinião do site Sudoeste Bahia.

  • 120 anos de Anísio Teixeira: um prelúdio para o futuro da educação

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    Por Mauri Oliveira

    12/07/2020 - 18:30


    Posso pedir um tempinho teu para conversarmos um pouco? Sei que os tempos estão difíceis e realmente acredito que dialogar cura.

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    - Há um processo de idas e vindas aos momentos tensos da história da humanidade. E, hoje, nos deparamos com uma época da exaustão humana nessa sociedade do espetáculo, e não sabemos precisamente em qual momento deixamos o ódio vencer a racionalidade e quantos encontraram vozes nos discursos rasos de quebra da subjetividade. Atônitos com os rumos do pensamento de um parcela do país, já prevista por Anísio Teixeira: “o conhecimento e a vida adquiriram complexidade tamanha que só uma autêntica disciplina poderá ajudá-lo a se servir da ciência, a compreender a vida em sua moderna complexidade e amplitude e dominá-la e submetê-la a uma ordem humana.” (TEIXEIRA, 1971, p.199). Assim, faz-se necessária a compreensão do esgotamento social para começarmos a trabalhar uma agenda positiva. É preciso alento de sensibilidade e sopro de esperança em tempos apáticos, nos quais a disseminação cultural da ignorância, de injustiças e generalizações, insistem em ser confortáveis na formação de conceitos e preconceitos, em um campo limitado de visões. Anísio Teixeira, apesar de não ter vivido no contexto da indústria cultural capitalista, soube apontar caminhos possíveis na construção da escola em contexto de universalização pública e gratuita, bem como sabedor do uso das mídias para estreitar o acesso à educação – coincidência, usarmos em contexto da pandemia, vivenciada mundialmente.

    Foto: Divulgação | Ascom PMC
    Foto: Divulgação | Ascom PMC

    Ele vislumbrou múltiplas possiblidades principalmente no uso do rádio, meio de comunicação que Teixeira conheceu e, certamente, perceberia a importância das potencialidades da educação direcional e suas capacidades cognitivas com auxílio das novas multiplataformas. Além de interligada com novas pluralidades comunicacionais, a escola precisa ser fortalecida como ambiente de vivência simultâneo de interação social, como, por exemplo, a Escola Parque de Anísio Teixeira, como construção de caminhos dentro e fora dos espaços físicos. Por fim, destaco o discurso de posse como diretor do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos, em 1952, quando Anísio Teixeira afirmou: “Não podemos fazer escolas sem professores e, muito menos, improvisá-los”. Nesse sentido, hoje, 12 de julho de 2020, é momento de parabenizar nossos professores caetiteenses por toda garra e brilho com que abraçam os ideais anisianos em seu cotidiano pedagógico. Professores que milagram-se e vibram com cada vitória de um aluno. Obrigado, professores, por, através de suas linguagens de mediação, ajudarem nossos munícipes a decodificarem a realidade, dar lucidez no filtro semiótico cultural para compreender o mundo. Obrigado por continuarem o legado do educador Anísio Teixeira, mesmo com inúmeros processos de ruptura e das inseguranças do hoje. Que a esperança faça alvorecer dentro de ti os sentidos da vida e os porquês de você ser professor (a). Agora me dá aqui um abraço virtual! Você é luz e fortaleza do nosso futuro!

    Mauri Oliveira | Jornalista e Radialista da Educadora 100, 7 FM e do portal Sudoeste Bahia, assessor de imprensa do CDS-Alto Sertão e coordenador da Pastoral da Comunicação Diocesana.

  • Estágios de recuperação de infidelidade

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    22/06/2020 - 09:39


    Cada parte vai se sentir mal por um tempo. Então, como superar um caso?

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    - Antes de examinarmos dicas sobre como se recuperar da infidelidade, é crucial entender os estágios de recuperação da infidelidade. Embora não exista um tamanho único para todas as fórmulas para estágios de cura após a infidelidade, como cada casal tem sua situação única, é aconselhável examinar os princípios generalizados dos estágios de recuperação de um caso. A fase do trauma é o estágio mais difícil quando um caso é divulgado ou descoberto. A revelação destrói sua confiança e faz você sentir que seu mundo inteiro está entrando em colapso. É aconselhável não tomar nenhuma decisão sobre o curso futuro de seu relacionamento durante essa fase de luto, pois você se sente sozinho, irritado e confuso. A fase de chegar a um acordo ou entendimento acontece quando você começa a superar sua negação inicial, raiva e confusão. Nesse estágio, você pode ter esperança no futuro, se decidir ficar juntos. Você estará disposto a entender como o caso aconteceu e o processo em que sua contribuição está no colapso do relacionamento e no caso que se seguiu. O desenvolvimento do novo estágio do relacionamento anuncia a decisão mais crucial sobre permanecer juntos como casal ou deixar ir e seguir em frente. Se você decidir reconstruir um futuro juntamente com a ajuda de uma intervenção profissional especializada, poderá encontrar maneiras de fazer o casamento funcionar com uma compreensão, flexibilidade e força novas em sua parceria conjugal. Aqui estão algumas dicas sobre como superar um caso e como se recuperar da infidelidade. 1. Chegue ao ponto de divulgação completa: Após a infidelidade, o parceiro que foi traído se sentirá completamente desamparado; eles não têm informações e se perguntam continuamente o que aconteceu. De fato, eles podem ficar obcecados com a mudança dos acontecimentos. A imaginação tende a enlouquecer quando depende apenas da especulação. Após o choque inicial das notícias, concorde em se encontrar e conversar sobre como as coisas aconteceram. Certifique-se de que ambos estão prontos, pois esta será uma conversa intensa. É hora de chegar ao ponto de divulgação completa. O parceiro traído merece saber o que aconteceu com a pessoa que o fez e os culpados precisam ter a oportunidade de esclarecer as coisas. O importante é que vocês dois sejam completamente honestos; também é importante que todos avaliem sua prontidão e solicitem uma reunião adicional posteriormente para que você possa digerir as informações ao longo do tempo. Para curar após a infidelidade, mantenha as linhas de comunicação abertas e ouça com calma. Isso é apenas uma troca de informações, não é hora de acusar. 2. Oferecer empatia um pelo outro: Obviamente, o parceiro que foi traído se sentirá traído e até menosprezado; mas o parceiro que traiu provavelmente também terá um turbilhão de sentimentos, incluindo culpa e tristeza pelos erros cometidos. E ambos os parceiros lamentarão como costumava ser o relacionamento deles. A recuperação dessa infidelidade exige que ambos os parceiros ofereçam empatia pelo outro. Também exige que cada um deles não se afunde em sua própria autopiedade. Sim, ambos se sentem terríveis com o que lhes aconteceu. Mas considere os sentimentos da outra pessoa. Quanto mais vocês dois puderem se concentrar em como a outra pessoa está se sentindo, mais fácil será se recuperar de seus próprios sentimentos perturbados. 3. Peça desculpas e assuma a responsabilidade: Obviamente, a pessoa que traiu deve se desculpar por trair de tal maneira que o outro parceiro saiba com certeza que realmente sente muito. Mas ambos os parceiros também precisam conversar e pedir desculpas pelo que levou o casamento a acabar nessa situação. Então, cada um deve aceitar as desculpas do outro - mesmo que demore algum tempo para chegar a esse ponto - para que eles possam seguir em frente. E então ambos os parceiros precisam assumir a responsabilidade por quaisquer crimes relacionados à infidelidade. 4. Decida se fica junto: Vocês ainda se amam? Esta questão é realmente o cerne de onde as coisas vão daqui. Mesmo se houver apenas um grama de amor, basta. Você pode decidir juntos seguir em frente. Obviamente, você não pode forçar o outro parceiro a ficar - você só pode controlar suas próprias decisões. Então fale sobre isso. Se vocês ficassem juntos, como seriam suas vidas? Se ficassem juntos, poderiam criar um vínculo ainda mais forte. Apenas certifique-se de ter a conversa para que vocês dois saibam para onde as coisas vão daqui. 5. Reconstrua a confiança em seu casamento: Quando você voltar à estaca zero, é hora de começar a reconstruir. Aceite que as coisas serão diferentes e mantenha o compromisso de fazê-lo funcionar. Se você deseja se recuperar da infidelidade, infelizmente, você deve começar do início novamente. Mas não olhe para isso como uma tarefa - veja como uma oportunidade. Número um, é hora de entrar em contato com uma terapeuta matrimonial. Você precisa de um terceiro para ajudar a mediar emoções e também falar sobre as questões importantes que surgirão. Reconstruir a confiança não é para os fracos de coração - forçará você a enfrentar as partes mais vulneráveis de si mesmo. Muitos homens e mulheres tem medo de confrontar os seus parceiros sobre traição, muitas vezes por medo de perder a pessoa, ou, como muitos relatam: “eu quero sair da relação, mas tenho medo de perder meu patrocínio financeiro e me sentir perdido/perdida”. Porém, se você resolver perdoar, comprometa-se a se ver através dele, de mãos dadas, e você pode se recuperar disso juntos.

  • Sangue afrodescendente corre nas artérias caetiteenses

    Foto: Mauri Oliveira | Sudoeste Bahia Foto: Mauri Oliveira | Sudoeste Bahia
    Por Mauri Oliveira

    16/06/2020 - 20:30


    Os traços do passado permanecem no cotidiano e conhecê-los em profundidade significa criar condições para entender o presente.

    ARTIGOS

    - A comunicação humana vai além do ato de verbalizar. Cada contorno que há em nós, cada elemento que nos forma, contam histórias. E, a pele como maior órgão do corpo humano revela-se muito sobre a ancestralidade. Os traços do passado permanecem no cotidiano e conhecê-los em profundidade significa criar condições para entender o presente. Assim, uma sociedade que desconhece a sua história (memória coletiva) está fadada a desconhecer suas origens, desenvolvimento, os vínculos que mentem com outras pessoas e do sentido da vida. Em Caetité, os negros representam uma historicidade de fortaleza, quanto à apropriação identitária. Sob uma panorâmica de investigação, constata-se a importância de compreender o que pensaram ao longo do tempo e suas ressignificações contemporâneas enquanto seres sociais. O saudoso professor doutor Bartolomeu Mendes, um dos fundadores da Academia Caetiteense de Letras, foi um dos primeiros escritores a discutir a herança africana neste solo, e suas percepções encontram-se em sua obra, “Caetité em preto e branco: escravidão e afro-descendência” (2004), a qual revela o racismo e a hipocrisia de uma realidade em que a hombridade é medida pela cor e posição social.

    Foto: Mauri Oliveira | Sudoeste Bahia
    Foto: Mauri Oliveira | Sudoeste Bahia

    As marcas do trabalho escravocrata podem ser identificadas nas áreas mais antigas de Caetité, a exemplo da “Casa do Barão”, Igrejas de São Benedito e São João, “Casa da Chácara”, esta, segundo o professor Bartolomeu Mendes, construída por cerca de quatrocentos escravos, propriedades da família do Capitão Porfírio, há mais de trezentos anos. Além desses ambientes com enorme valor arqueológico, destaca-se também, os traços físicos e culturais que nos atravessam cotidianamente, através de pessoas com características étnico-raciais de miscigenação. “Não continuemos a cometer os erros do passado. Está na hora de visualizarmos a presença negra disputando espaços público e privado, construindo suas áreas de territorialidade”, relata o professor Bartolomeu Mendes. E, ao que se observa, ao que nos cerca, são, salários desiguais, a violência em suas múltiplas abordagens, relações permeadas por discriminação, preconceito e racismo. “O quadro caótico de hoje tem aumentado, em muito, o estado de indigência do negro, excluindo-o das possibilidades de ter uma vida digna”, completa. Que possamos ultrapassar os limites daquilo que os livros de história nos conta, por vezes, como omissão histórica e cultural, fragmentações e maneiras estereotipadas das experiências significativas dessa etnia. Mesmo sob o domínio das elites caetiteenses, durante o século XX, os negros construíram formas de inserirem socialmente, como descreve, Mendes, “como foi o caso do Jovem Florentino da Silva, que consegui ser ordenado padre, [...] a famosa parteira, Damiana, Seu Gasparino, famoso reiseiro da época”. O Brasil ainda tem uma enorme dívida de reparação, mudanças e inclusão sócio-política-econômica aos negros, dessa vergonhosa memória, pois foram graças à sua mão de obra, que se aflorou, às riquezas econômicas e sociais do país. Em vista disso, pode-se começar a repará-los garantindo seus direitos, a exemplo de certificações de pertenças quilombolas. Caetité consegue dar passos nesse sentido, desde a primeira certificação da Fundação Palmares em 2010 e ano passado com mais comunidades inclusas, totalizando 13 comunidades, das cerca de 25 existentes. Ainda precisamos aprender a enxergar as pluralidades do outro, ainda que, seja um desafio à eliminação de rótulos raciais, quanto a tonalidade epidérmica e compreender o colorido humano na diversidade, além das pigmentações. O despertar do saber, continua sendo a melhor sensibilização para as futuras gerações caetiteenses, perceberem que em nossas artérias pulsam sangue afrodescendente. Revisão: Profa. Ma. Rosemária Joazeiro. Referência: MENDES, Bartolomeu de Jesus. Caetité em Preto e Branco Escravidão e Afro-descendência. Caetité/BA. Gráfica Caetité. 2004.

  • “PEC do Orçamento de Guerra” entrega cheque em branco nas mãos de políticos

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    Por *Antonio Tuccílio

    27/04/2020 - 23:00


    É justificável que em momentos de crise tenhamos de melhorar os processos e diminuir a burocracia, mas há que se pensar melhor no “como fazer”.

    ARTIGOS

    - O Senado aprovou o texto substitutivo à PEC 10/2020, mais conhecida como “PEC do Orçamento de Guerra”. Idealizada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM/RJ), a proposta tem como um dos seus objetivos a autorização para o governo fazer gastos relacionados à pandemia, desconsiderando as limitações impostas pela chamada “regra de ouro”, que proíbe a União de gerar dívidas que não tenham previsão orçamentária. A proposta institui um regime extraordinário de contratações e de despesas com pessoal, obras, serviços e compras do governo durante o estado de calamidade pública. Também não será mais necessário fazer licitações, o que, sem fiscalização, pode gerar uma enorme farra com dinheiro público. O governo federal poderá, portanto, liberar recursos para a saúde sem correr o risco de cometer crime de responsabilidade fiscal. Além disso, governadores não precisarão se preocupar com as receitas dos seus respectivos estados, pois tudo o que foi arrecadado em 2019, que e não será arrecadado em 2020, será transferido pela União. A PEC também autoriza o Banco Central a injetar recursos em empresas que enfrentam dificuldades financeiras, já que poderá comprar títulos das companhias e emprestar esses ativos a elas sem passar pelo sistema bancário. O texto voltará à Câmara dos Deputados para segunda votação, pois o relator no Senado, Antonio Anastasia (PSD/MG), fez mudanças no conteúdo do projeto. Porém, sua aprovação é quase certa e será rápida. O propósito pode ser positivo – acelerar o combate ao coronavírus –, porém, na prática a “PEC do Orçamento de Guerra” poderá ser utilizada por oportunistas e mal intencionados. O texto permite, por exemplo, que empresas que não estejam em dia com a Previdência Social de seus empregados recebam os benefícios fiscais. Recentemente, o próprio Congresso Nacional aprovou o decreto de calamidade pública que deu liberdade para o governo agir durante a pandemia. Se aprovada essa PEC, haverá mais um mecanismo para se gastar mais e com muita facilidade. Esse é justamente o ponto mais crítico: a entrega de um cheque em branco nas mãos de políticos. A dívida pública irá aumentar significativamente e todo mundo sabe que dinheiro não brota da terra e alguém terá de pagar a conta no futuro. E eu tenho certeza que não serão eles. *Antonio Tuccílio, presidente da Confederação Nacional dos Servidores Públicos (CNSP).

  • Saiba tudo sobre o Direito do Consumidor!

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    Por Galvão & Silva Advocacia

    09/04/2020 - 19:58


    ARTIGOS

    - O consumo faz parte do dia a dia de qualquer pessoa, tendo em vista que todos precisam consumir bens e serviços para a manutenção de sua sobrevivência. Pelo fato de essa relação se tornar cada vez mais complexa, surgiu, como forma de garantir e proteger os direitos lesionados nesses processos, o Direito do Consumidor. Essa regulação se dá por meio do Código de Defesa do Consumidor (CDC), norma jurídica que tem por finalidade evitar abusos por parte dos fornecedores aos consumidores, os quais, muitas vezes, desconhecem seus direitos, proporcionando equilíbrio nas atividades consumeristas. É importante estar atento aos principais direitos consumeristas para evitar que problemas e possíveis ações judiciais aconteçam. Por isso, elaboramos este post. Confira! Importância do Código de Defesa do Consumidor - O Código de Defesa do Consumidor desempenha uma função importante quando a questão é garantir ao consumidor os seus direitos, considerando que cada vez ele se torna mais exigente com as empresas que não entregam devidamente o que foi combinado. Diante dessa efetividade, é necessário que as organizações prezem por uma relação de respeito e compromisso com seus clientes e deixam claro quais são os seus direitos e deveres. Diferenças entre pessoa física e pessoa jurídica - A pessoa jurídica é uma entidade que reúne indivíduos e patrimônio com o objetivo de prestar um serviço, fabricar um bem ou vender um produto. Alguns exemplos são as empresas, as instituições e as administrações públicas. Já a pessoa física é todo ser humano, do seu nascimento até sua morte. Para ser reconhecida pelo poder público, é preciso ter um número no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), que representa o registro dos cidadãos para fins fiscais. Em regra, o consumidor é vulnerável perante o fornecedor, considerando-se que este impõe a sua vontade no mercado consumerista, sujeitando os clientes a contratarem sob suas regras.

    Direitos do consumidor - O consumidor possui vários direitos legalmente protegidos, os quais, muitas vezes, são desconhecidos por ele. Por ser importante conhecê-los, vamos mostrar aqui quais são os principais direitos do consumidorAcesso à justiça - Para ter seus direitos respeitados, o consumidor pode recorrer ao Poder Judiciário se necessário. Ao identificar qualquer tipo de violação ou alguma situação em que tenha direito a qualquer tipo de indenização, ele pode acionar o Poder Judiciário para pleitear que a relação de consumo seja reparada. Educação para o consumo - É obrigatório que o consumidor seja orientado de forma adequada em relação à utilização e manuseio dos produtos vendidos e dos serviços realizados. Caso as dúvidas não sejam esclarecidas por meio dos manuais de instrução, o fornecedor deverá elucidá-las de outra forma, dando ao consumidor todas as informações necessárias. Indenização - Se o consumidor for prejudicado pelo fornecedor, tem o direito de ser recompensado pelos danos e prejuízos sofridos. Liberdade de escolha - Essa é uma questão muito importante quando falamos em Direito do Consumidor. Em muitos casos, o cliente é coagido de maneira sutil pelo fornecedor a adquirir certo produto ou serviço. Isso não pode acontecer, já que é de total direito do consumidor a livre escolha dos itens que achar melhor, sem influência de terceiros. Prazo de entrega - O fornecedor é obrigado a definir um prazo para entregar os produtos ou estabelecer um prazo para finalizar os serviços prestados. Desse modo, é necessário estar atento a isso. Proteção contratual - O Código de Defesa do Consumidor trata também da proteção aos direitos dos clientes no caso de descumprimento de cláusulas relativas ao contrato de adesão assinado pelas partes, ou quando este é feito de maneira abusiva perante o consumidor. Caso o problema não possa ser resolvido, o contrato poderá ser anulado pelo cliente sem nenhum tipo de multa contratual. Proteção contra a publicidade enganosa ou abusiva - É muito comum que o consumidor adquira um produto ou serviço em virtude das propagandas exibidas sobre ele e, ao obtê-lo, se decepcione pelo fato de o prometido não ser cumprido. Nesse caso, ele tem direito à devolução do produto ou cancelamento do contrato (nas situações de prestação de serviços). Isso se dá pelo fato de o consumidor poder exigir exatamente o que foi mostrado no anúncio ou receber seu dinheiro de volta. É clara, portanto, a proibição da propaganda enganosa ou abusiva. Proteção da vida e da saúde - Esse é um direito que estabelece que o fornecedor, antes da venda ou prestação do serviço, deve informar ao consumidor eventuais riscos que o produto/serviço podem oferecer à sua saúde ou segurança. Qualidade dos serviços públicos - A lei versa sobre a obrigatoriedade da qualidade dos serviços públicos prestados e um bom atendimento ao consumidor. Caso o contrário aconteça, o consumidor poderá entrar em contato com o órgão responsável para fazer uma reclamação e ter seu problema solucionado com eficiência. Fato do produto ou serviço - O fato do produto ou serviço também é conhecido como acidente de consumo. Isso acontecerá sempre que o defeito, além de atingir a incolumidade econômica do cliente, afeta sua integridade física e/ou psíquica. Nesse caso, ocorrerão danos à saúde psicológica e física do consumidor. Isso quer dizer que o defeito passa da esfera do bem de consumo, atingindo o consumidor. Entre os exemplos de fato do produto, estão: Veículos com freios que não funcionam, provocando um acidente que machuca o condutor (deixando de realizar sua finalidade, que é proteger o condutor no caso de batida); Celulares cuja bateria explode, lesionando o consumidor; Alimentos estragados, provocando intoxicação após sua digestão. Já exemplos de fato de serviço são: Serviço de pintura realizado com tinta que possua composição tóxica, causando intoxicação; Dedetização na qual a aplicação do veneno é realizada com dosagem superior à recomendada, prejudicando a saúde do consumidor. O prazo para pleitear a responsabilidade por fato do produto ou do serviço é prescricional, tendo em vista que se refere à uma pretensão a ser deduzida em juízo. Nessa situação, o prazo é de cinco anos, contados a partir do conhecimento do dano e de sua autoria. Respondem pela reparação dos danos causados: os fabricantes, produtores, construtores e importadores que fabricaram, produziram, construíram e/ou impostaram o produto objeto da lide, independentemente da existência de culpa. Em relação ao comerciante, sua responsabilidade, em princípio, está vinculada à ocorrência de situações especiais, como quando: O fabricante, construtor, produtor ou importador não puderem ser identificados; O produto for vendido sem identificação clara e Quando se deixar de conservar produtos perecíveis de forma adequada. Vício do produto ou do serviço - Ocorrerá um vício quando o defeito impactar meramente a questão econômica do consumidor, causando apenas prejuízo material. Aqui, o prejuízo é intrínseco ao bem comum. Entre os exemplos do vício de produto, estão: computador novo que não funciona, veículo novo  cujo motor vem a fundir e celular cuja câmera não tira fotos. Como exemplos de vício de serviço, por sua vez, podemos citar: reparação malfeita de um computador e dedetização que não afasta os insetos do local. O prazo para reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação é decadencial. O prazo é de 30 dias quando o produto ou serviço for não durável e de 90 dias para os produtos ou serviços duráveis. Em se tratando de vício do produto ou do serviço, todos os fornecedores, incluindo o comerciante, responderão de forma solidária. Violação dos direitos consumeristas - O consumidor, mesmo que tenha várias normas em seu favor para protegê-lo nas relações consumeristas, com o fim de impedir o dano, pode ter seus direitos desrespeitados pelos fornecedores. A violação desses direitos não deve ser aceita, razão pela qual o Brasil conta com uma legislação ampla de defesa do consumidor. Por isso, alguns órgãos de proteção foram criados. Os principais são Procon (de competência municipal e estadual), Ministério Público, Defensoria Pública, Delegacia de Defesa do Consumidor e Poder Judiciário (no qual a maioria dos casos são resolvidos no Juizado Especial Cível). Inversão do ônus da prova - A inversão do ônus da prova estabelece que a prova de um litígio deve ser feita por quem está sendo processado. Ela encontra-se expressa para os casos consumeristas no artigo 6º, inciso VIII do Código de Defesa do Consumidor. A inversão é muito usada para resguardar o consumidor, tendo em vista que ele é considerado a parte mais frágil da relação de consumo, também chamado de hipossuficiente. A hipossuficiência é um requisito que possibilita que o juiz determine que seja realizada a inversão do ônus da prova, junto com a verossimilhança, que é a análise do que é favorável ou desfavorável a quem solicita o reconhecimento de um direito. Nos dias atuais, o direito do consumidor propiciou aos clientes um maior conhecimento quantos aos seus direitos, impedindo a violação por parte dos fornecedores. Para evitar problemas judiciais por essas questões, é importante que as empresas estejam atentas e pratiquem as ações adequadas para se manterem em legalidade com a lei. Ainda está com dúvidas sobre assuntos relacionados a Direito do Consumidor? Precisa do auxílio de um especialista? Entre em contato com nosso escritório de advocacia!

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  • Corte de salário de parlamentares é essencial durante a pandemia de COVID-19

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    Por *Antonio Tuccílio

    01/04/2020 - 08:00


    ARTIGOS

    - Recentemente, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM/RJ), disse em entrevistas que está articulando proposta com os partidos políticos para redução de salários de servidores. Ele defende que, devido à crise mundial que se instaurou com a pandemia da COVID-19, essa é a hora de sacrifícios para diminuir gastos públicos. Eu também concordo que é hora de sacrifícios. Por essa razão, tenho uma proposta melhor e mais coerente que a dele: cortar salários e benefícios de parlamentares. Vamos aos números. O salário de um parlamentar é de R$ 33.763. Essa remuneração é superior a 99% dos trabalhadores. Além dessa alta quantia, parlamentares recebem R$ 4.253,00 de auxílio moradia, como se um salário superior a R$ 33 mil não permitisse, com folga, arcar com custos de aluguel. Há também verba de R$ 111.675,59 para contratação de até 25 funcionários, que são escolhidos a critério do próprio parlamentar. O presidente da Câmara tem direito a outras regalias, como carro oficial com dois motoristas à disposição, gabinete exclusivo, residência oficial de 800 m², viagens em aviões da Força Aérea Brasileira e verbas para contratar 47 funcionários, além dos 25 que já tem direito, que custam em torno de R$ 4,2 milhões por ano. Apenas em 2019, o Congresso gastou quase R$ 190 milhões com o pagamento de despesas que incluem alimentação, aluguel de veículos, combustíveis (gasolina ou álcool), passagens aéreas, entre outros. Somando todos os gastos, o Congresso Nacional é o mais caro do mundo, perdendo apenas para o dos EUA. Com o número crescente de casos de COVID-19, especialistas acreditam que podem faltar recursos para atender os doentes. Essa é a oportunidade que a Câmara, liderada por Maia, tem de demonstrar o seu patriotismo. Com a redução de salários dos deputados seria possível comprar respiradores artificiais suficientes para todas as Unidades de Tratamento Intensivo (UTI). Também seria possível construir mais instalações médicas para recebimento de doentes e adquirir milhões de testes para detecção da presença do vírus. Portanto, ao invés de cortar salários de servidores públicos, o que seria desrespeitoso, desumano e prejudicaria centenas de famílias, Rodrigo Maia e os demais parlamentares devem abrir mão de parte de seus salários e de suas regalias em prol da saúde do povo brasileiro. Se quiserem sacrifícios, que comecem dando o exemplo.

    *Antonio Tuccílio, presidente da Confederação Nacional dos Servidores Públicos (CNSP)

  • Relacionamento Abusivo e Lei Maria da Penha: qual a relação?

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    30/03/2020 - 21:16


    ARTIGOS

    - Uma pesquisa da ONU revelou que 1 em cada 5 mulheres já viveu um relacionamento abusivo. Uma pesquisa do Instituto Avon, realizada em 2014, mostrou que 3 em cada 5 mulheres jovens já sofreram algum tipo de violência em seus relacionamentos. Em 2018, de acordo com a pesquisa Visível e invisível: a vitimização de mulheres no Brasil, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e realizada pelo Datafolha, 42% das mulheres entre 16 e 24 anos sofreram algum tipo de violência de gênero. Ainda assim, esta espécie de relação, na qual a mulher sofre violência e abuso o tempo inteiro, é difícil de identificar e, muitas vezes, só vem à tona quando ocorre o feminicídio - que é bem comum em nossa sociedade. De acordo com o mapa da violência de 2015, cerca de 13 mulheres são assassinadas todos os dias no Brasil. No ano de 2013, dos 4.762 casos de assassinato de mulheres no Brasil, 50,3% foram praticados por familiares e, destes, 33,2% foi praticado pelo parceiro ou ex-parceiro. A Organização Mundial da Saúde considera a violência contra à mulher um problema de saúde de pública, e enseja a criação de políticas para combater esta espécie de violência. No Brasil, desde 2005, está em funcionamento a Central de Violência à Mulher, o Ligue 180, que pode ser acionado a qualquer momento e auxilia mulheres em situação de violência doméstica. Além disso, o Ministério Público do Estado de São Paulo, em 2009, criou a cartilha Namoro Legal, cujo objetivo é explicar quando um relacionamento se torna abusivo e prevenir as situações de violência doméstica. Para entender se você está vivendo em um relacionamento abusivo, é necessário observar alguns sinais, que podem ser bastante sutis, mas imprescindíveis na detecção deste tipo de relacionamento: Já sofreu ameaças? Já se afastou de amigos e familiares? Já foi xingada? Já foi perseguida? Já foi humilhada em público? Já foi agredida? É importante perceber quando essas atitudes se tornam comuns em um relacionamento, uma vez que elas podem implicar em uma situação de violência doméstica, que é crime pela Lei Maria da Penha. Inclusive,  lei pode ser aplicada entre namorados, mãe e filha, padrasto e enteada, irmão e irmã e casais homoafetivos femininos, além de valer mesmo quando as pessoas não moram mesma casa. Desse modo, a única exigência é que a vítima seja uma mulher. Portanto, mulheres em situação de relacionamento abusivo também estão protegidas pela Lei Maria da Penha. As denúncias podem ser feitas através do Disque 180 ou em delegacias da mulher. Com a denúncia, além de ser possível conseguir medidas preventivas, ela permite que o juiz decrete a prisão preventiva do agressor caso haja risco à integridade física ou psicológica da mulher.

  • É possível refazer o teste de paternidade?

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    16/03/2020 - 13:41


    ARTIGOS

    - É um direito de toda criança ter o nome do pai em sua certidão de nascimento. No entanto, ainda assim, diversas crianças crescem sem saber o nome do pai. Por conta disso, a legislação criou o mecanismo da investigação de paternidade, para que os pais sejam obrigados a registrar os filhos, garantindo a eles direitos como herança, pensão alimentícia e guarda. O processo é bastante simples: a mãe, representante legal ou próprio filho, se for maior de idade, entra na justiça com um pedido de investigação de paternidade, indicando o nome do suposto pai. A partir daí, existem duas possibilidades: ou o pai reconhece a paternidade espontaneamente ou é realizada uma investigação. No momento da investigação, são reunidas provas acerca da paternidade. Além disso, se o suposto pai consentir, é feito o teste de paternidade. Importante lembrar, entretanto, que se o pai se recusar a fazer o teste, fotos, conversas, dentre outras provas podem ser consideradas no momento de confirmar a paternidade. O que acontece se o teste der negativo? A partir do momento que um teste possui resultado negativo, é descartada a possibilidade daquela pessoa ser o pai da criança. Logo, outro nome pode ser indicado ou o processo será encerrado. É possível solicitar a reanálise do processo? Em casos nos quais o processo de investigação de paternidade já foi transitado em julgado, ou seja, encerrou-se, é impossível solicitar a reanálise do caso, exceto, de acordo com o Supremo Tribunal de Justiça, em casos nos quais: houver insuficiência de provas no processo; houver suspeita ou existência de fraude no teste de DNA, além da possibilidade de falha na metodologia utilizada no exame.

  • Relacionamento e suas rotinas nas redes

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    Por Uemerson Florêncio*

    02/03/2020 - 12:50


    ARTIGOS

    - Para muitas pessoas o mundo está estranho e sem sentido, está frio e sem emoções, entre curtidas e compartilhamentos de status nas redes sociais, muitos estão perdendo a oportunidade de estar consigo mesmo apresentando imagens que até sonham, mas não vivem. Por estarem afastados daqueles momentos que são tão singulares para muitos seres humanos, como sair, se encontrar com amigos e sorrir à vontade sem compromisso. Bem como, brincar de viver entre um papo agradável, dar largas gargalhadas agradáveis desfrutando da suave e serena presença daquelas pessoas que não vemos todos os dias. Isso é viver parte das alegrias que se encontra dentro de si mesmo. Se o começo e a rotina são virtuais – a vida real será sempre um desafio, por não conhecer os detalhes dos fatos que formam o caráter daquela pessoa que você se apaixonou a partir de uma sequência de fotos num perfil. Alguns estão em conflitos consigo mesmo, por conta do esfriamento de algumas relações, entre elas, destaca-se a amorosa. Nada contra a existência das redes sociais ou outros aplicativos, mas muitos homens e mulheres tem reclamado da falta de uma pessoa que possa preencher os vazios emocionais. Mas seria uma outra pessoa que preencheria realmente você mesmo? Muitos se perdem e põe a vida parcialmente ou totalmente nas redes sociais, e por isso, tem perdido a oportunidade em conhecer pessoas reais.

    Se o começo e a rotina são virtuais – muitos problemas de comportamentos não serão enxergados e o tarde demais pode lhe surpreender hoje. Através de uma foto de perfil, muitas pessoas se passam, se enganam, outras enganam mesmo. Vivem disso, iludir e brincar com os sentimento uns dos outros. Daí, há pessoas com carências reais, muitas pessoas que caem nesta armadilha e vivem na esperança de poder encontrar uma pessoa que possa mudar a sua vida.Se o começo e a rotina são virtuais – não haverão momentos plenos para sorrir sem motivo, viverá cercada de “emotions”, diversos “likes” e “kkkk...” a vida não é só constituída por estas carinhas, afinal, na maioria das vezes a pessoa nem sempre está sorrindo de verdade para você, faz isso, por mera força do hábito. Muito bem, alguns agendam encontros como casais que vem da rede, daí, saem para um lazer e mal sentam a mesa, pegam os seus celulares e voltam as suas conexões. Logo, o que não seria diferente, o vazio entre em cena: duas pessoas, dois celulares, os desinteresses se manifestam. Bem, vão a uma pizzaria, o cardápio chega e mal conseguem olhar para o atendente que apresenta o cardápio com as opções de pizzas. Se o começo e a rotina são virtuais – é possível que uma das partes possa ter a mesma atitude que teve contigo, ter com outras ou outros. Finalmente, a pizza chega e estas pessoas supostamente casal, mal se olham, mal sentem o sabor do que se leva a boca, nem o cheio percebem de tão presos as suas redes sociais. Se estas pessoas se permitissem ao menos olhar um nos olhos do outro, disputar o primeiro ou a última fatia da pizza, sorrir, viveriam bem mais intensamente o momento que tão breve, tornaria inesquecível. Então, porque reclamar tanto de um relacionamento que você optou iniciar por conta da aparência, as curvas corporais, moda fit ou os bens aparentes que o outro tanto exibia para lhe atrair nos álbuns da rede? Quer a real? VOCÊ ESTÁ ONDE VOCÊ SE COLOCOU E ONDE VOCÊ MERECE! Quer sair desta realidade, adote novas posturas e comece por valorizar o que cada pessoa traz dentro de si mesmo, e você só fará bem isso, se você se permitir conhecer um pouco mais de perto, ao vivo. Se tem riscos? Tem, mas serão menores se você tiver paciência para enxergar o outro além das aparências, além das suas vaidades ou desejos egoísticos e convenientes.

    *Uemerson Florêncio – Relações Públicas, Analista em inteligência das emoções, empreendedor, palestrante, profissional de marketing pela escrito para 5 países de língua portuguesa. Disponível para viagem em todo o Brasil.

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  • Viagem Internacional:como se preparar?

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    01/03/2020 - 21:00


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    - Você planeja viajar ao longo deste ano? Os planos incluem viagens para o exterior? Então, é importante que você comece a se planejar com antecedência, uma vez que a depender do lugar para o qual você vai, haverão mudanças nos documentos necessários para que a viagem se realize. Desse modo, pensando em te ajudar a embarcar sem imprevistos, evitando transtornos durante suas férias, preparamos este pequeno guia de viagem! Viagem para o Mercosul - O Mercado Comum do Sul é uma organização intergovernamental que foi fundada no Tratado de Assunção de 1991. Ele estabeleceu uma integração econômica quando foi estabelecido, entretanto, atualmente, o Mercosul é considerado uma união aduaneira, na qual há o livre comércio intrazona e comercial comum entre os países membros. Isso significa que, tanto entre os países membros e quanto entre os países associados, é possível viajar apenas com a carteira de identidade (RG) com data de emissão inferior a 10 anos ou um passaporte válido. Viagem para a União Européia - De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, as pessoas que pretendem fazer turismo por até 90 dias consecutivos ou 180 dias no ano na União Europeia não precisam de visto. No entanto, ainda faz-se necessário estar com o passaporte válido, seguro-viagem, passagem de volta, comprovante de hospedagem e planejamento financeiro. Além disso, caso os países de destino sejam signatários do Tratado de Schengen, que delimita uma área de livre circulação entre os países que fazem parte do tratado, é importante lembrar que a imigração só acontecerá no país de chegada e saída. No entanto, não são todos os países da União Europeia que fazem parte do Tratado de Schengen. Por fim, lembramos que para tirar o passaporte, caso você não tenha, é necessário se dirigir à Polícia Federal munido de RG, CPF, Certidão de Casamento ou o documento que reconhece a união estável, ou o certificado de naturalização. O prazo atual de validade dos passaportes é de 10 anos.

  • Parasita? O ministro da economia entende muito de números e pouco sobre pessoas

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    Por Antonio Tuccílio

    13/02/2020 - 20:05


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    - O ministro da economia, Paulo Guedes, não esconde de ninguém sua falta de apreço pelos servidores públicos. Em recente declaração, ele ofendeu o servidor brasileiro ao chamá-lo de parasita. Motivado por essa declaração, decidi elencar os feitos dessas pessoas que o ministro tanto despreza, mas que fazem muita diferença na vida de milhões de pessoas, a começar pelos policiais. No dia 2 de janeiro, uma família (pais e filho) estava a caminho de São Paulo, vinda do litoral paulista. Os pais tinham pressa porque a criança, um menino de apenas dois anos, faria transplante de coração. Porém, quem é de São Paulo sabe que há muito trânsito na serra nessa época do ano, o que dificulta a locomoção. A Polícia Militar agiu prontamente e escoltou o carro, abrindo caminho no congestionamento para possibilitar a rápida passagem da família. Pesquisadores da Universidade de São Paulo – campus São Carlos desenvolveram um biossensor que identifica em apenas 60 minutos a ocorrência de câncer de próstata.

    O equipamento também aponta se o paciente tem pré-disposição a desenvolver a doença no futuro. Além da rapidez, a técnica é menos invasiva que a tradicional. Ainda no campo da pesquisa, profissionais da USP de Ribeirão Preto conceberam uma terapia anticâncer inovadora, que modifica o DNA das células do paciente para que elas ataquem o câncer. Um homem com linfoma não Hodkin de células B foi curado após os testes. No campo das artes, me recordo do período em que o Rio de Janeiro deixou de pagar servidores públicos. Salários e 13º estavam atrasados, mas apesar do desprestígio do poder público o ballet do Teatro Municipal não parou de se apresentar. As encenações continuaram porque os bailarinos eram comprometidos com a arte. Outro grande exemplo é a professora Heley Abreu, que lutou contra um incendiário na creche em que trabalhava em Janaúba (MG). Ela retirou todas as crianças pela janela, mas infelizmente morreu no incêndio. Ela deu a própria vida por seus alunos. Também vem à mente os profissionais do serviço público que trabalham sob forte tensão, como os médicos do SUS, que precisam atender uma enorme quantidade de pacientes, apesar da falta de recursos. Lembro ainda daqueles que trabalham sob ameaças, como os próprios policiais militares, além de carcereiros e fiscais de meio ambiente. Poderia citar outros inúmeros exemplos, mas creio que estes sejam suficientes para mostrar ao ministro Paulo Guedes o importante trabalho dos servidores públicos em todo o país, muitas vezes pouco reconhecido pelo governo e até mesmo pela população que se beneficia deles. Servidores não são parasitas. Há exemplos negativos no funcionalismo, mas também há exemplos ruins na iniciativa privada. Quantas estatais foram privatizadas e hoje se encontram no topo da lista de reclamações do Procon? Parasitas de verdade são os políticos constantemente eleitos mas que pouco (ou nada) fazem pela população. Definitivamente, o ministro Paulo Guedes entende muito de números, mas pouco sobre pessoas.

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  • Tipos de violência e alterações na Lei Maria da Penha

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    12/02/2020 - 19:18


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    - Maria da Penha sofria agressões do marido. Em duas ocasiões, o companheiro tentou assassiná-la. A primeira delas, ele simulou um assalto e atirou na esposa. Na segunda ocasião, tentou eletrocutá-la enquanto tomava banho. A Lei 11.340/2006 recebeu o apelido de Lei Maria da Penha em sua homenagem, já que ela sempre lutou para que seu agressor fosse punido. Além de penalizar a violência doméstica, a lei promove o atendimento integral às vítimas e oportunidades de conscientização, para que o ciclo da violência seja quebrado.Tipos de Violência: A Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2019) elenca alguns tipos de violência doméstica: Violência Sexual - Qualquer conduta que a constranja a participar, presenciar ou continuar uma relação sexual contra a sua vontade, mediante ameaça, intimidação, coação ou uso de força física; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos. Violência Psicológica: Qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação; Violência Moral: Qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria; Violência Física: Qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal; Violência Patrimonial: Qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades. As alterações na Lei Maria da Penha: Ao longo dos anos, com o objetivo de se tornar mais eficaz e proteger ainda mais as vítimas de violência doméstica, foram realizadas várias alterações na lei, são elas: Lei 13.505/2017: concedeu à mulher vítima de violência doméstica o direito ao atendimento policial e pericial especializado e ininterrupto, prestado, preferencialmente,  por servidores do sexo feminino; Lei 13.641/2018: tornou crime o descumprimento das medidas protetivas de urgência; Lei 13.772/2018: reconheceu a violação da intimidade como violência psicológica; Lei 13.827/2019: autorizou a aplicação da medida protetiva de urgência pela autoridade policial ou judicial tanto à mulher quanto aos seus dependentes; Lei 13.871/2019: responsabilizou o agressor a ressarcir o Sistema Único de Saúde pelos serviços prestados às vítimas de violência doméstica e a seus familiares; Lei 13.880/2019: prevê a apreensão da arma de fogo do agressor nos casos de violência doméstica; Lei 13.882/2019: garantiu que as vítimas de violência doméstica pudessem matricular seus filhos em instituição de educação básica da rede pública próxima ao seu domicílio; Lei 13.882/2019: designou aos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a mulher a competência para as ações de divórcio, separação, anulação do casamento e dissolução de união estável nos casos de violência contra doméstica.

  • Ensaio sobre a educação de Anísio Teixeira e sua eficácia na sociedade hiperconectada

    Foto: Mauri Oliveira | Sudoeste Bahia Foto: Mauri Oliveira | Sudoeste Bahia
    Por Mauri Oliveira

    03/02/2020 - 16:09


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    Propõe-se um desafio: pensar como o educador Anísio Teixeira analisaria os rumos da educação neste século hiperconectado. Um século marcado por estudantes que já nasceram num mundo virtual, e que constantemente manuseiam o celular na escola. De que maneira o digital têm influenciado a realidade escolar? Esse universo midiático, instiga os professores à reflexão sobre o uso desses recursos tecnológicos em prol do ensino e de como aprimorar as metodologias para fazer a diferença na vida dos alunos. Evitar a presença desses recursos não é mais uma opção, faz-se necessário integrá-los às práticas em sala de aula. Assim, os educadores ganham o auxílio de novas ferramentas para tornar suas aulas mais participativas e interessantes e as explicações dos conteúdos de forma mais dinâmica, desse modo aproxima, envolve e oferece autonomia aos estudantes. O aluno, por sua vez, sente-se motivado a estudar nesse processo de ensino aprendizagem mais agradável, aumentando sua autoestima. Os escritos do educador Anísio Teixeira entre 1953 e 1954, revelam as perplexidades do mundo moderno e o papel da educação nesse processo ambiencional de novas configurações sociais. Muito embora, não tenha vivido para ver essas transformações como a chegada da internet, analisou os processos da industrialização e, consequentemente, resultantes tecnológicos. Anísio preocupou-se em ver a educação técnica-prática, ou seja, o saber teórico como se faz na ação, para romper o crivo da educação ibérica que importamos dos Estados Unidos, em linhagem mais pragmática. Anísio Teixeira rompeu os limites de seu tempo e pensou além, na defesa educacional conectada, concomitantemente, à cultura e à transmissão dessas habilidades às futuras gerações. Portanto, é substancial fazer memória do legado e inquietudes desse escritor de modo que, possa atentar aos anseios e provocações postos aos gestores e professores atuais, quanto ao processo de ensino aprendizagem, “o nosso conhecimento do processo de aprendizagem e conhecimento da marcha do processo social de modernização, que está em curso em todo mundo, leva-nos a compreender que a escola tem de acompanhar o nível de desenvolvimento da sociedade a que serve, constituindo-se centro de reintegração cultural – o centro de integração das mudanças de qualquer modo em curso, em todos os setores da vida do país”. (TEIXEIRA, 1969, p. 67).

    Foto: Mauri Oliveira | Sudoeste Bahia
    Foto: Mauri Oliveira | Sudoeste Bahia

    O professor baiano Anisío Spíndola Teixeira, entusiasta da tecnologia na década de 1960 estava vigilante aos estudos do teórico comunicacional McLuhan, criador da concepção de aldeia global. Teixeira, vislumbra a universalização do saber e prováveis transformações culturais em consonância a McLuhan, “tais recursos vem revolucionando os processos de aprendizagem, dando-lhes as novas dimensões que nos trazem os novos meios de comunicação, que são também meios de aprendizagem. Isso pode significar que o microfilme venha a substituir de certo modo o próprio livro e fazer-se o instrumento fundamental da nova cultura humana e oral, global, instantânea e universal. Estamos, pois, diante de uma tecnologia de potencialidades imprevistas”. (TEIXEIRA,1971, p. 38). Segundo dados de 2019 do Ministério da Educação, hoje já temos uma ampla democratização de acesso à internet nesses espaços, alcançando 47.766 das 84.344 escolas urbanas – ou 56% do total- atendidas no país, e oito mil escolas rurais, via satélite, em integração do projeto “Educação Conectada”, o qual objetiva apoiar a universalização de acesso à internet em alta velocidade e fomentar o uso pedagógico de tecnologias digitais na educação básica, além de atender o Plano Nacional de Educação – PNE , que determinou a inserção  da tecnologias nas aulas bem como, a formação de professores através de plataformas digitais. O documento da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) que atualizou e complementou o PNE desde 2017, orienta em sua quinta competência que, “para comunicar-se, acessar e produzir informações e conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria”, é preciso da cultura digital no contexto escolar. Nesse sentido, a educação pública - dever do estado e direito do cidadão, laica - sem interferência de qualquer religião especifica e obrigatória - para contemplar todos os cidadãos, precisa atualizar suas diretrizes educacionais na prática, de maneira que, estimule o estudante em sua competência de produzir conteúdos com suporte dessas novas tecnologias, constituindo sujeitos capazes de serem ativos no ambiente cibercultural, e não somente consumidores. Desse modo, sob à luz da pedagogia anisiana, é imprescindível que as instituições de ensino façam uma análise do cenário atual, de maneira sistêmica por referenciais teóricos da educação científica tecnológica para concretizar uma base sólida na elaboração das aulas, além de gerir o conhecimento, simultaneamente, à performance dos alunos e, por fim, a preparação dos espaços de aprendizagem. Assim, pode-se afirmar que Anísio Teixeira evidenciaria as novas tecnologias no escopo educacional contemporâneo.

    Mauri Oliveira | Jornalista da Rádio Educadora FM de Caetité e do Site Sudoeste Bahia, assessor de imprensa do CDS - Alto Sertão e coordenador da Pastoral da Comunicação Diocesana.